A todos trato muito bem
sou cordial, educada, quase sensata,
mas nada me dá mais prazer
do que ser persona non grata
expulsa do paraíso
uma mulher sem juízo, que não se comove
com nada
cruel e refinada
que não merece ir pro céu, uma vilã de novela
mas bela, e até mesmo culta
estranha, com tantos amigos
e amada, bem vestida e respeitada
aqui entre nós
melhor que ser boazinha é não poder ser imitada.










Título:  A Árvore da Mentira
Autora:  Frances Hardinge
Editora: Novo Século
N° de Páginas: 304
Ano: 2016

Sinopse:
Na inóspita ilha inglesa de Vane, em pleno século XIX, os Sunderlys desembarcam, atraindo atenções e suspeitas. Quando o reverendo Erasmus, patriarca da família e proeminente estudioso de ciências naturais, é encontrado morto em circunstâncias obscuras, sua filha, a jovem e impetuosa Faith, está determinada a desvendar o mistério. Para isso, precisará de coragem não apenas para confrontar dolorosos segredos mas também para desafiar as implacáveis tradições da sociedade em que vive. Investigando os pertences do pai em busca de pistas, ela descobre uma planta estranha. Uma árvore que se alimenta de mentiras sussurradas e dá frutos que revelam verdades ocultas. Quando a espiral das sedutoras mentiras de Faith fica fora de controle, ela compreende que as verdades estilhaçam muito mais. Combinação de horror, romance policial e realismo fantástico, esta arrepiante história da premiada escritora britânica Frances Hardinge, autora de Canção do Cuco, promete arrebatá-lo do começo ao fim.



Título: Estrela de Prata
Título Original: The Silver Star 
Autora: Jeannette Walls
Editora: Globo Livros
Ano: 2014
Páginas: 256 

Sinopse:
Duas irmãs abandonadas pela mãe declaram uma guerra particular contra inimigos sem rosto: a crueldade, o preconceito e a hipocrisia que vivem à espreita no chamado mundo adulto.
Liz e Bean são duas irmãs inseparáveis, filhas de uma artística mãe solteira, Charlotte, aspirante a cantora e atriz na efervescente Califórnia dos anos 1970. De súbito, as meninas se veem forçadas a enfrentar um evento decisivo: em busca da realização de seu ideal artístico, Charlote abandona as filhas, deixando-lhes dinheiro suficiente apenas para que sobrevivam por pouco mais de um mês. Aqueles leitores que já travaram contato com as memórias da premiada best-seller Jeanette Walls em "O Castelo de Vidro", reconhecerão em "A Estrela de Prata" alguns temas muito caros à autora. Temos o olhar agudo sobre a infância, vivida em famílias pouco convencionais, às margens da sociedade, enfrentando a dureza da luta diária pela sobrevivência. Em "A Estrela de Prata", acompanhamos a aventura de Liz e Bean em busca de amor, solidariedade, e, no limite, do pão diário. Tornadas órfãs, embora a mãe esteja viva, a situação-limite exige um esforço inaudito de superação. 
“Encontre a magia. E, se você não puder encontrar magia, então a crie”, recomendava Charlote a Liz e Bean. É uma bela definição da arte da literatura, essa busca eterna pela fugaz epifania. É essa a história que lemos. A aventura de enfrentar a dor da vida e extrair dela, no limite, bocados diários de magia.

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